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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Ritual Maligno da ASHURA

ASHURA: O SILÊNCIO DOS INOCENTES

(Levítico 19:28) – Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR.
A imagem acima, chocante, diga-se de passagem, é cena corriqueira numa das celebrações mais sagradas para os muçulmanos xiitas no mundo todo, a Ashura.

A celebração, comemorada no 10º dia do mês muçulmano de Moharram, ocorre anualmente em memória do imã Hussein ibn Ali, neto do profeta Maomé e morto no ano 680 D.C.

No último dia da festividade que dura 10 dias, ocorrem os rituais de martírio, onde homens, meninos e idosos desfilam pelas ruas com o rosto e o corpo cobertos de sangue, em razão da autoflagelação a que se submetem, utilizando-se de navalhas, sabres, facas e correntes. A intenção é relembrar a morte violenta de Hussein em Karbala. A tradição conta que Hussein foi morto pelos homens do califa sunita Jazid. Depois de decapitado, teve o corpo mutilado.

Durante as comemorações, várias equipes de socorro ficam de prontidão para o atendimento de feridos, sendo que, não raro, há casos de mortes em decorrência de ferimentos mais graves.

A cada vez que olho para a foto acima, sou tomado de profunda comoção. A condição na qual se encontra a criança me deixa profundamente consternado. O sangue que escorre pela sua pequenina face não consegue esconder a expressão de espanto, de dor e perplexidade, afinal, é o próprio pai que está lhe infligindo tamanho sofrimento. O trauma que esta criança poderá sofrer é quase certo. É difícil para mim, mesmo sendo um cristão, ver o pai desta inocente criança lhe golpeando a cabeça e não me sentir sobremodo irado. Em hipótese alguma poderia concordar com tal prática, em que pese à opinião dos defensores das tradições culturais, entre os quais se encontram certos antropólogos, sociólogos e afins politicamente corretos e moralmente, com o perdão da palavra, imbecis.

Estas pessoas que defendem tal prática, atentando para a “tradição”, são as mesmas que estão requerendo do governo federal, providências contra os missionários evangélicos (JOCUM) por estes estarem conscientizando algumas tribos indígenas brasileiras, a abandonarem a terrível prática de enterrarem suas crianças ainda vivas, quando são portadoras de enfermidades físicas, psicológicas, ou simplesmente, por nascerem gêmeas.

Jamais poderemos colocar uma tradição cultural acima da dignidade humana, do direito a vida. É paradoxal que aqueles que são “experts” nas relações humanas geralmente costumam privilegiar as tradições culturais em detrimento do objeto destas mesmas tradições, o ser humano.

Voltando a celebração muçulmana acima, temos a nosso favor, que tal celebração não é uma unanimidade entre os xiitas. Na verdade, aqueles menos radicais, não apenas não participam desta parte da festividade como a condenam. São várias as autoridades políticas e religiosas muçulmanas que não aprovam tal prática.

Deveria haver por parte dos organismos internacionais de defesa dos direitos humanos, uma mobilização no sentido de cobrarem dos governos dos países onde ocorrem este tipo de celebração, à que interfiram junto as autoridades religiosas muçulmanas para que contenham a prática, pelo menos, quando envolver a participação de crianças.

O fato é, que necessário se faz conter a participação de crianças inocentes neste tipo de coisa, para se evitar a relação de continuidade da prática. Vejam bem, não estou aqui me levantando contra a celebração da Ashura, a qual tem sido celebrada por vários xiitas de uma forma menos violenta e nem por isto menos sagrada para os mesmos, mas sim, ao derramamento de sangue inocente.

Infelizmente, como sempre acontece, quando o ser humano se entrega a insanidade em suas diversas matizes, seja religiosa, ideológica, política, ou mesmo a vaidade pessoal, as maiores vítimas são as pobres crianças indefesas, as quais, não podendo resistir diante da superioridade física, da autoridade paterna-materna etc., se tornam presas fáceis nas mãos de tais pessoas.O saldo desta triste realidade tem sido a morte de milhões de crianças em todo o mundo, vítimas de abortos, das guerras, dos genocídeos, do terrorismo, da violência e exploração sexual, dos sacrifícios de sangue, da fome, doenças e tantos outros males.

Quanto a Ashura, penso mesmo que o que falta, é a conscientização por parte das autoridades muçulmanas dos que se dão a prática. Digo isto levando em conta que, a exemplo dos judeus e cristãos, o Islão considera Moisés um autêntico profeta e, sendo assim, consideram como digno de aceitação os escritos mosaicos. Logo, à luz de Levítico 19:28 “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR”, a prática da autoflagelação deveria ser desestimulada entre os que a praticam.

Na verdade, a autoflagelação tem suas raízes no contexto cultual do paganismo antigo, o qual Deus abomina, tendo por isto mesmo, proibido a prática ao povo de Israel conforme citado no verso acima.

Um claro exemplo disto é o episódio envolvendo o desafio de Elias contra os 400 profetas de baal segundo nos mostra a narrativa de I Reis 18: 25-28:

“Disse, pois, Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós: um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do Senhor, vosso deus, mas não metais fogo ao sacrifício. E, tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no, e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que tinham feito. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem.E eles clamavam em altas vozes e, conforme o seu costume, se retalhavam com facas e com lancetas, até correr o sangue sobre eles”.

O texto grifado [...] conforme o seu costume [...] é bem claro em retratar que a prática da autoflagelação já era praticada pelos povos antigos como parte de sua ritualística de culto. Assim, quando tal prática é exercida atualmente pelas várias tradições religiosas — e aqui se inclui a que acontece entre alguns católicos — está se incorrendo numa prática pagã antiga, abominável e reprovável por Deus.

O sacrifício que deveríamos fazer, já foi feito há cerca de 2000 mil anos, quando um homem chamado Jesus — Issa, para os muçulmanos — em estrita obediência ao Pai, se permitiu ser esbofeteado, chicoteado até dilacerar suas costas; recebeu uma coroa de espinhos cravados em sua cabeça; carregou uma pesada cruz de madeira maciça até o alto de um monte e, estando ali, teve suas mãos e pés pregados naquela cruz, até que, não resistindo mais, tamanho sofrimento, morreu naquele lugar. Tudo isto ele suportou, por saber ser aquela a vontade do Pai, o qual, por amor de nós pecadores, se “autoflagelou” na Pessoa de Seu Filho, para que tivéssemos o perdão de nossos pecados, mediante a satisfação da Sua justiça, que exigia a condenação do pecador. Assim, Jesus, Issa, nos representou na cruz e sofreu a pena em nosso lugar. Desde então, a porta de reconciliação ( salvação = vida eterna) do homem com Deus está aberta, mediante o arrependimento e a fé nesta verdade. Logo, nenhum sacrifício, autoflagelação, martírio etc, se faz necessário ao homem para se achegar à Deus e ser justificado por Ele. Basta conhecê-lo.

Portanto, se não se faz necessário nos autoflagelarmos, para nos justificarmos diante de Deus e sermos aceitos por Ele, tanto mais desnecessário ainda, é infligirmos qualquer tipo de flagelo, martírio, sofrimento etc. àquelas que, por natureza, já estão justificadas, os pequeninos (…)porque dos tais é o reino de Deus(…) Mc 10:14.

(Oséias 6:6) – “Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”.