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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Da magia dos gregos aos rituais vodu

A Magia na Grécia Antiga

No apogeu da civilização grega os rituais de feitiçaria desafiavam o poder da lógica e da razão dominates.

Quem podia imaginar que os gregos, defensores da idéia de democracia, do debate e do direito ao voto eram praticantes da magia para fazer mal ao inimigo. No livro Os Trabalhos e os Dias, o poeta do séc. VIII a.C., Hesíodo, recomenda que "se alguém começar tanto dizendo quanto fazendo algo indelicado, esteja certo de pagar-lhe a ofensa duas vezes mais", ou seja, para os gregos devemos ajudar os amigos e prejudicar duas vezes mais o inimigo. A vingança entre os helenos tinha um valor positivo e deveria ser buscada por aqueles que se considerassem lesados por alguém. Logo, era lícito retribuir uma ingratidão ou desrespeito, pois, nessa sociedade, temia-se a vergonha da ofensa que atingia a honra e acarretava a desqualificação moral do indivíduo diante dos demais integrantes da comunidade à qual pertencia.

Entretanto, na impossibilidade de revidar uma ofensa o grego usava das práticas da magia. O pesquisador Louis Gernet, especialista em direito grego, afirmava que a magia deve ser considerada como uma das formas mais antigas de fazer valer o direito individual. Toda sociedade, qualquer que seja a sua complexidade, necessita de dispositivos legais para fixar normas, regras e fazê-las obedecidas pelos seus integrantes. A comunidade grega visando a paz, harmonia e solidariedade aciona os dispositivos estratégicos de manutenção da ordem, forçando o cidadão lesado a não fazer uso da vingança individual, incentivando-o a trazer a sua indignação ou ofensa para o espaço público do debate no tribunal.

Mesmo com todo esforço civilizatório, a Pólis não poderia interferir em todos os campos da vida do cidadão. Em conflitos amorosos, por exemplo, o Estado se vê de mãos atadas, pois não pode punir ninguém sem uma acusação formal. A situação das mulheres é emblemática já que a feitiçaria muitas vezes era um dos únicos meios de se fazer temida e até respeitada. Ou seja: a magia era a tentativa dos desvalidos (mas não só) de fazerem valer sua vontade por meios subreptícios.

A documentação textual produzida desde Homero até Tucídides nos aponta para a existência de práticas mágicas que integravam as cerimônias religiosas e públicas. Os rituais de magia praticados pelos gregos nas cerimônias beneficiavam toda a comunidade visando atender aos que estavam doentes, aqueles em perigo ou diante de qualquer necessidade. Havia rituais mágicos públicos para fazer chover a fim de se ter uma boa colheita, ritos para a fertilidade dos animais, para o nascimento de crianças saudáveis do sexo masculino e ritual de cura de doenças realizados no Templo do deus Asklepio. O fenômeno aponta para o estabelecimento da relação culto/benefícios concretizados, por meio das oferendas votivas aos deuses e seres sobrenaturais tais como lume, incenso, flores, doces, grãos de trigo e cevada, água e mel. Podemos afirmar que algumas destas práticas de doação às divindades em troca de algum benefício na verdade sobrevivem até os dias atuais como o ato de acender velas nos templos e na forma de contribuição monetária e doações.

"Anteriormente, quando A RELIGIÃO ERA FORTE e a CIÊNCIA FRACA, os homens confundiam MÁGICA COM MEDICINA; agora, quando a CIÊNCIA É FORTE E A RELIGIÃO FRACA, os homens confundem a MEDICINA COM MÁGICA." Thomas Szasz, psiquiatra húngaro e divulgador científico

A MAGIA VEM DO ORIENTE

Em relação à palavra magia, Heródoto, considerado o pai a história, menciona que o termo estaria relacionado à palavra magos ou magus, definido como indivíduo pertencente à tribo dos medos, antiga tribo dominada pelos persas. O historiador se refere aos magos como feiticeiros que integravam seitas secretas e prestavam serviços aos reis. A função dos magos foi relembrada pelo poeta Ésquilo ao trazer a memória dos atenienses, na tragédia Os Persas de 472 a.C., o domínio dos medos nas práticas mágicas de contatos com seres sobrenaturais através do ritual de psychagogos/evocação dos mortos. No drama, o poeta constrói a trama na qual Atossa, a rainha persa, necessitava dos conselhos do marido que havia sido morto em batalha. A rainha busca auxílio junto aos sacerdotes, solicitando que eles evocassem a alma do rei Dario através de rituais mágicos. Tal fato deixa transparecer que cabia aos magos estabelecer contato com os seres sobrenaturais, executar sacrifícios aos deuses, realizar rituais fúnebres, além de interpretar sonhos e presságios.

ESCRITOS DO MAL

Os Katadesmos ou defixiones eram tabletes de chumbo ou argila amaldiçoados, que visavam evocar o poder dos deuses subterrâneos contra uma pessoa particular ou um grupo ligado de alguma forma. Porém as motivações podiam variar de destruir as atividades profissionais, obstruir um julgamento na justiça, romper um relacionamento indesejado a até evocar a morte ou paralisia. Muitas vezes, os nomes das entidades evocadas não aparecem nas figuras o que indica que eram evocados em um pequeno ritual oral. Um tablete encontrado no séc. I d.C., já no período romano, perto da cidade grega de Micenas, agradece os deuses pela vingança obtida com o seguinte texto:

A vingança de Hefesto foi derramada. Primeiro Hecate prejudica os pertences de Megara em todas as coisas, e depois Perséfone relata aos deuses. Todas essas coisas já o são.

Abaixo alguns defixiones e seus textos amaldiçoados.*

Maldição contra os processos

Maldição contra um grupo de homens que atuam no pequeno comércio de varejo, vendas localizadas na Ágora envolvendo alguns indivíduos de atividades comercial e juízes:
Lítias, enterro/prendo a Hermes Retentor e a Perséfones a língua de Litias, as mãos de Litias, a alma de Lítias Lítias, os pés de Litias,o corpo de Lítias, a cabeça de Litias. Nícias, enterro/prendo as mãos do areopagita a Hermes Retentor, os pés, a língua, o corpo de Nicias.

Contra o ofício

A praga envolve um ferreiro, seus socios e negócios:
Enterro/prendo Arista.... o ferreiro Para baixo e Pirrían o ferreiro E as atividades deles e as almas Deles e Sósias de Lámias E a atividade e a alma dele E Hegésia sempre e sempre E Hegésia a Beócia.

O mais interessante nesta história é que cinqüenta anos depois, Eurípides nos apresenta a protagonista Medéia, cujo nome acreditamos derivar da palavra medos. Na tragédia Medéia, o poeta coloca a protagonista como mulher de feroz caráter e hedionda natureza por usar de seus conhecimentos mágicos no uso das ervas, acrescido do uso de encantamentos, para fazer valer a sua vontade de efetivar a vingança contra os seus inimigos. Medéia pertence a uma linhagem de deuses e magos, a saber: neta do deus Hélios, sobrinha da feiticeira Circe e sacerdotisa de deusa Hécate - senhora dos mortos.

Magos e sacerdotes por vezes se confundem nas suas funções, pois ambos realizam rituais de contato dos homens com os deuses e seres sobrenaturais; a diferença está no tipo de ritual a ser praticado, ou seja, o rito podia ser público visando benefícios coletivos ou praticados de maneira oculta e secreta visando atender o interesse individual.

MULHERES E O SABER OCULTO

O nosso conhecimento sobre as práticas da magia de fazer mal ao inimigo, realizada entre os atenienses no período clássico, provém do poeta Eurípides com a tragédia Medéia, de texto de oradores áticos como Andocides, Demóstenes, Hipérides e do filósofo Platão na obra Leis. No período do processo de helenização promovida por Alexandre da Macedônia indicamos o escritor Th eocrito com a sua poesia Mágica na qual a protagonista Samanta executa rituais mágicos para trazer de volta o seu amado.

AMARRAÇÃO PARA O AMOR

Os gregos e praticantes da magia envolvidos num triângulo amoroso acreditavam que o philtroi katadesmoi - katadesmo amoroso - eram encantamentos eficazes para fazer alguém ficar apaixonado ou trazer de volta uma paixão.

O interessante dessa documentação está no fato de apontarem as mulheres como as especialistas nas atividades mágicas. Alguns pesquisadores, como Madeleine Jost, consideram o domínio das ervas e raízes como atributo que pertence ao universo feminino devido à proximidade das mulheres na elaboração de alimentos. A historiadora tem por suporte de informação a documentação proveniente da poesia épica, clássica e helenística que coloca as mulheres míticas como Circe, Calipso, Medéia e Samantha como especialistas e detentoras de domínio no saber usar as ervas como veneno ou remédio.

O discurso dos oradores áticos apresenta fatos interessantes ao narrar os processos judiciais impetrados nos tribunais de Atenas, cujas vitimas geralmente eram as belas e jovens cortesãs, as hetairai, cobiçadas mulheres estrangeiras que atuavam como sacerdotisas de cultos a divindades estrangeiras e prestavam serviços sexuais de alto preço aos cidadãos de recursos em Atenas. Mulheres como Frinea da região de Th espis, Nino, Th eoris de Lemnos configuram-se como profundas conhecedoras da arte da magia para fazer mal ao inimigo e do preparo de poções amorosas. Conhecidas como hetairas, cuja tradução é companheiras, foram acusadas de impiedade pelo fato de receitarem infusões, banhos de ervas e ungüentos contraceptivos, além de poções para atrair o amado. Os acusadores, em geral, eram homens, seus clientes que foram vítimas de algum erro na dosagem, o que acarretou em danos à saúde de alguns como a impotência sexual e deve ter causado a morte de outros.

INJUSTIÇADOS E CHARLATÕES

Entretanto não podemos afirmar serem as mulheres estrangeiras as únicas detentoras dos conhecimentos mágicos de fazer mal ao inimigo, pois Platão deixa transparecer na obra A República a existência de homens que circulavam em Atenas, identificados como goetes, charlatões, que colocavam à disposição, por um alto preço, seus serviços mágicos a quem pudesse pagar. Estes consistiam em evocar e persuadir os deuses e seres sobrenaturais a atenderem as solicitações dos interessados em prejudicar seus inimigos, adversários e concorrentes.

Todo aquele cidadão de Atenas envolvido numa situação de desordem pessoal e movido por um acentuado sentimento de raiva, ódio e rancor tinha diante de si duas situações para recorrer às práticas mágicas ilegais: de um lado podia sentir-se lesado, prejudicado pelo seu oponente que parecia usar da lei do mais forte para tornar inoperante a sua atividade e seus negócios; nesse caso, de forma preventiva, o solicitante fazia uso da magia para trazer o prejuízo ao inimigo e assegurar a sua vitória sobre o adversário. Uma outra situação que envolvia o solicitante e usuário da magia estava no fato de ele ser acometido pelo sentimento de inveja chamada de phtonos e despeito diante da sua incapacidade de sucesso e decide de forma ofensiva impor a ruína aos adversários através de práticas mágicas.

Os mundos da feitiçaria

A Grécia ficou conhecida como berço da razão e da cultura ocidental. Mas os vestígios deixados pela magia nos mostram os bastidores desse mundo injusto permeado pelo desejo de vingança. Os deuses evocados pelos rituais mágicos eram em geral Ctônicos, entidades muito antigas ligadas à terra e habitantes do submundo associado à idéia de vingança e justiça, em contraste com a ordem imposta dos céus pelos deuses olímpicos. O Oriente, por tradição, abrigava as forças desconhecidas e era lar dos conhecimentos ocultos.

DEUSES OLÍMPICOS:
Eram menos requisitados nas práticas mágicas por representarem as forças da ordem.

HERMES: Podia entrar e sair do submundo sem impedimentos. Por essa característica limiar era o mais evocado nos defixiones. Além de ser mensageiro, tinha a função de carregar as almas para o mundo dos mortos.

TEMPLO: (adoração) A forma oficial de religião da Grécia antiga. Por meio da adoração, buscava-se a graça dos deuses através de pedidos e sacrifícios.

CARONTE: O barqueiro tinha a função de levar as almas para o mundo dos mortos. Mas se o falecido não tivesse uma moeda para pagá-lo esperava a carona por um século.

HADES: O chefão do submundo aparecia em muitas inscrições de maldição, auxiliado por cérbero, o cão tricéfalo.

DEFIXIONES: (magia) Essas práticas buscavam uma intervenção na realidade. Eram voltadas para fazer mal aos indivíduos, principalmente aprisionando-os e imobilizando-os na Terra.

DAIMEONS (demônios): Os espíritos menores levavam os pedidos dos mortais aos deuses do subterrâneo e às vezes cumpriam, eles mesmos, a tarefa.

MAGOS: Foram uma importante casta sacerdotal no império persa. Seus conhecimentos ritualísticos e astrológicos transformaram o nome em sinônimo de feiticeiro.

PERSÉFONE: A rainha dos mortos era tão poderosa que mesmo pronunciar seu nome podia trazer desgraça.

HÉCATE: Deusa três em um, era muito procurada por seu poder tendo se tornado a entidade preferida da magia negra. Possuía um caráter múltiplo e agia no mar, na terra e no céu.

MEDÉIA: A personagem mitológica simbolizava o poder irracional intrínseco ao Oriente e às mulheres, que contrastava com o racionalismo do homem grego.

A partir do momento em que decide agir, mesmo sabendo dos riscos, cabia ao solicitante buscar o conhecimento de um especialista, o magus-feiticeiro, que tinha por objetivo demonstrar toda a sua capacidade de realização, pois o sucesso na empreitada significava prestigio, respeito, sucesso e algum retorno financeiro. Entretanto, ao atender o desejo de levar à morte um inimigo do solicitante, o magus acreditava adquirir mais poder diante da possibilidade de ter a sua disposição e ordem as almas de indivíduos que seriam mortos antes do tempo determinado pelas Moiras/Parcas/Destino.

LÂMINAS DO SUBTERRÂNEO

A magia para fazer mal ao inimigo foi identificada por Platão, nas Leis, como katadesmos ou defixiones. O nome deriva do verbo katadeo que significa amarrar, prender, imobilizar alguém embaixo da terra. O termo tece aproximações no sentido de afundar, enterrar, ocultar e tem como equivalente no latim a palavra defixio, ou seja, fixar embaixo junto ao mundo dos mortos. As duas palavras nomeiam as finas lâminas de chumbo que circularam no universo do Mediterrâneo grego e romano do séc. V a.C. até o VI d.C. O uso das lâminas de chumbo para prejudicar o inimigo resistiram às mudanças de contexto sociocultural de Atenas como a consolidação do regime democrático, ultrapassou o período de crise da forma de governo democrático com as investidas da realeza de Alexandre da Macedônia e a subordinação ao Império Romano.

CARTA PARA O ALÉM
Os deuses evocados nas lâminas são Hecate, Hermes, Perséfones, Hades, Cérberos. Todos pertencem ao mundo subterrâneo e têm o epíteto de ctônios cuja função é deter e manter no mundo dos mortos os inimigos. A única divindade ausente nas lâminas é Caronte que nunca é mencionado.

Várias lâminas de chumbo foram encontradas em cemitérios, nos santuários, em poços d`água e nos leitos de rios em Atenas. A incidência maior e mais documentada é o Cemitério do Kerameikos, em Atenas, atravessado pelo rio Eridanos, cujas escavações estão sob a responsabilidade do Instituto Alemão de Arqueologia, o German Archaeological Institute in Athenas.

"Não procure GANHOS INJUSTOS; eles são
EQUIVALENTES AO DESASTRE." Hesíodo, Os Trabalhos & os Dias

As lâminas de chumbo identificadas também como tabletes de imprecação apontam para uma diversidade de modelos de fórmulas mágicas inscritas nas superfícies dos defixione, tais como maldições contra testemunhos de processos judiciais, imprecações contra atividades comerciais, contra adversários de disputas atléticas e solicitação para eliminar um rival envolvido em triângulo amoroso. Os arqueólogos alemães e ingleses identificam o total de 2500 lâminas de chumbo com maldições espalhadas por diferentes museus públicos e coleções privadas da Europa. Deste total, apenas 600 foram identificadas e catalogadas. No Brasil, o Núcleo de Estudos da Antiguidade/UERJ detém as cópias de 250 lâminas em processo de tradução para uma futura publicação.

A magia de fazer mal ao inimigo manteve o ato de enterrarobjetos nos túmulos, como unhas e cabelos da vítima amaldiçoada

As inscrições presentes na superfície das lâminas são conhecidas desde o século XIX; começaram com o filólogo Albrecht Dieterich que lançou a idéia de reunir todos os papiros com as maldições, porém o trabalho só foi concluído pelo seu aluno Richard Wünsch. As publicações com as últimas descobertas estão no livro de D.R.Jordan em 1985 e Maria A. Jimeno em 1999, ambos ainda não traduzidos para o português.

Os arqueólogos destacam as dificuldades de manuseio das lâminas de chumbo pelo fato de a grande maioria ter sido encontrada enrolada e depositada em locais úmidos como sepulturas, leito de rios e poços de água. Estes locais de assentamento foram escolhidos devido ao contato direto com o mundo dos seres e das potências subterrâneas.

Para ter acesso à inscrição na superfície da lâmina é necessária a aplicação de um tratamento químico visando à remoção dos resíduos e muito cuidado ao desenrolar o frágil artefato que, por vezes, está transpassado por um prego denominado de passalos. As inscrições nas lâminas não permitem a identificação do autor da maldição, mas deixam transparecer qual o prejuízo que se desejava ao inimigo. Às vezes o nome do inimigo estava escrito com letras inversas visando atrasar sua vida. Em relação aos seres sobrenaturais, o nome do oponente estava endereçado a divindades como Persefones, Hermes, Hécate e Cérbero como forma de manter a vítima presa no mundo dos mortos.

A magia de fazer mal ao inimigo através das finas lâminas de chumbo, manteve- se através dos tempos, permanecendo como características o ato de enterrar objetos nos túmulos, como figuras humanas feitas de chumbo junto a pedaços de vestuário, unhas, cabelos da vítima a ser amaldiçoada. A prática nos remete à possibilidade de comparação da magia dos gregos com o Candomblé da Bahia, Cuba, Caribe com as suas práticas de rituais vodu, e as divindades teriam atributos semelhantes tais como Hermes/ Exú, Hécate/Pomba-Gira e Hades/Zé Pilintra, assim como os vestígios arqueológicos de rituais de sacrifícios, entendidos como despachos realizados nas encruzilhadas e nos cemitérios; se superarmos os preconceitos, podemos estabelecer mais similitudes do que diferenças.

O APRENDIZ DE FEITICEIRO

A lâmina de chumbo identificada como praga contra processo judicial do IV séc. a.C, de inventário n° 14470 do Museu Nacional de Atenas, cuja inscrição diz " enterro Kalistratos e os sinégoros dele..... a todos enterro" nos indica que o cidadão Kalistratos estava movendo um processo no tribunal contra alguém. A vítima reage fazendo uso de meio extralegal da magia como um recurso que o auxilie e garanta a sua vitória. O usuário da magia e o magus/feiticeiro colocam o nome do acusador e mencionam os sinégoros que seriam as pessoas que receberam algum recurso financeiro para auxiliarem Kalistratos na disputa. O solicitante e inimigo de Kalistratos tem por objetivo garantir sua própria vitória e impedir o sucesso do pleito levado ao tribunal.

EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO

O antropólogo inglês Sir James Frazer no livro Ramo de Ouro afirmava ser a magia uma superstição, vestígio de religião muito antiga. Outros defendiam ser uma forma degenerada da religião cívica dos atenienses. Pesquisadores do século XVIII , como Emile Durkheim, consideram que a magia integravam um processo evolutivo do qual seria o primeiro estágio; a religião comportava a etapa seguinte, desacreditando o pensamento mágico e preparando o espaço para a razão e o pensamento científico da modernidade.

Outros artefatos de chumbo que caracterizam ter um envolvimento jurídico evidenciam que junto ao nome da vítima, o solicitante coloca grafado na lâmina as partes do corpo do inimigo: a língua visava impedir o acusador de usar da palavra de acusação ou defesa diante dos jurados; a exigência de paralisar os pés e as mãos tinha por objetivo impedir a vítima de chegar até o tribunal e impedir a sua capacidade de escrever ou pegar o discurso a ser proferido diante do júri a seu favor.

Fica evidente que ser feiticeiro no V século a.C. em Atenas era uma profissão de risco e um dos prérequisitos era saber ler e escrever. As inscrições nas lâminas de chumbo apresentam diferentes maneiras de usar a escrita que podia ser do tipo boustrofondo, procedimento muito próximo ao ato de arar o campo em sulcos alternados indo da esquerda para a direita, retornando em direção oposta quando a letra ficava voltada para o lado contrário; havia o retrógrado que se refere ao ato de escrever de cima para baixo e a opistográfica na qual se escrevia no lado da frente e no anverso da lâmina de chumbo.

Foram encontradas inscrições nas lâminas contra as atividades e ofícios no qual o solicitante ora exige que a maldição atinja a residência e destrua a família do adversário ora pede aos seres sobrenaturais que deixem a vítima inerte, agindo como um ser sem vida, um morto vivo. Tal imobilidade fatalmente traria a ruína aos seus negócios. Não podemos esquecer que o praticante da magia dos defixiones é alguém se sentindo ameaçado, que teme perder algo de valor. Como solução busca forças alternativas no poder da magia para fazer valer o que considera seu por direito, independente de preceitos éticos e da lei que rege a comunidade à qual pertence.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Que é já foi, e o que há de ser também já foi, e Deus pede conta do que passou.

É um dia de sexta-feira e a comunidade se reúne no terreiro com os sacerdotes vestidos de branco, todos estão descalços e iluminados com a luz da lua, os tambores tocam altos e o som com a sua forte percussão vai até as entranhas da alma. As mulheres menstruadas são consideradas impuras e não devem participar dessa reunião sagrada no terreiro.

No terreiro estão às árvores consideradas sagradas, as danças são lindas, uma maravilha de se ver e dá uma vontade imensa de participar. Fora do terreiro estão vasilhames de barro com farinha e azeite. Irrompe um silêncio sagrado no arraial, porque é necessário reparar o mal, feito pela comunidade, e um bode será imolado e ofertado em sacrifício.

Você deve estar pensando: é mais um ritual de Macumba, Candomblé, Vodu, Santeria, ou outro ritual afro-diásporicos nas Américas. Contudo, eu te afirmo: você se enganou totalmente! Era um ritual dos antigos hebreus para louvar YHWH.

Então vamos compreender estes rituais dos antigos hebreu-israelitas realizado há milhares de anos e com continuidade dos seus descendentes nas Américas. É necessário que você tenha coragem de acompanhar esse estudo baseado nos escritos bíblicos.

O TERREIRO

O lugar do culto costumava ser num arraial (terreiro) também chamado de tenda da congregação descritos em diversos livros da Bíblia, e os participantes costumavam ficar descalços, porque o local de adoração era considerado sagrado, e deviam ficar com os pés no chão.

“E Eleazar, o sacerdote, tomará do seu sangue com o seu dedo, e dele espargirá para a frente da tenda da congregação sete vezes”. Números 19:4

“E estabeleceu Ezequias as turmas dos sacerdotes e levitas, segundo as suas turmas, a cada um segundo o seu ministério; aos sacerdotes e levitas para o holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem, louvarem, e cantarem, às portas dos arraiais de YHWH”. 2 Crônicas 3:12

“E sucedeu que, vindo a arca da aliança de YHWH ao arraial, todo o Israel gritou com grande júbilo, até que a terra estremeceu”. 1 Samuel 4:5

AS VESTES DOS SACERDOTES

O relato interessante é sobre as vestes dos sacerdotes:
“E o sacerdote vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho, sobre a sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar. Depois despirá as suas vestes, e vestirá outras vestes; e levará a cinza fora do arraial para um lugar limpo”. Levitico 6:10-11

“E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, se vestirão com vestes de linho; e não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, e dentro.

Gorros de linho estarão sobre as suas cabeças, e calções de linho sobre os seus lombos; não se cingirão de modo que lhes venha suor”. Ezequiel 44: 17-18

O RECOLHIMENTO NO TERREIRO

"Também da porta da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias ele vos consagrará.

Ficareis, pois, à porta da tenda da congregação dia e noite por sete dias, e guardareis as ordenanças de YHWH, para que não morrais; porque assim me foi ordenado." Levítico 8:33-35

AS OFERENDAS E SACRIFÍCIOS

Muitas oferendas e sacrifícios foram praticados pelos hebreus para expiação de pecados, agradecimentos, votos, todas relacionadas ao equilíbrio com YHWH e nas relações sociais na comunidade. Estas oferendas iam da oferta da flor da farinha com azeite ao sacrifício de um boi.

OFERENDAS DE ANIMAIS

“E chamou o YHWH a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação, dizendo:
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta YHWH, oferecerá a sua oferta de gado, isto é, de gado e de ovelha.

Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o YHWH.

E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação.

Depois degolará o bezerro perante YHWH; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços”. Levítico 1:6.

“E se a sua oferta for de gado miúdo, de ovelhas ou de cabras, para holocausto, oferecerá macho sem defeito.

E o degolará ao lado do altar que dá para o norte, perante YHWH; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o seu sangue em redor sobre o altar”. Levítico 10-11.

“E se a sua oferta YHWH for holocausto de aves, oferecerá a sua oferta de rolas ou de pombinhos;
E o sacerdote a oferecerá sobre o altar, e tirar-lhe-á a cabeça, e a queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar;
E o seu papo com as suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para o lado do oriente, no lugar da cinza;
E fendê-la-á junto às suas asas, porém não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada de cheiro suave ao YHWH”. Levítico 1:14-17

SOMENTE O SACERDOTE PODIA FAZER OS SACRIFICIOS

“Então o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho, e o trará à tenda da congregação;
E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o YHWH diante do véu do santuário.

Também o sacerdote porá daquele sangue sobre as pontas do altar do incenso aromático, perante YHWH que está na tenda da congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da congregação”. Levítico 4:5-7

OFERENDAS DE FLOR DE FARINHA COM AZEITE

“E quando alguma pessoa oferecer oferta de alimentos ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha, e nela deitará azeite, e porá o incenso sobre ela;
E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha, e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote a queimará como memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave a YHWH”. Levítico 2-1-2.

O INCENSO

“Tomará também o incensário cheio de brasas de fogo do altar, de diante de YHWH, e os seus punhos cheios de incenso aromático moído, e o levará para dentro do véu.

E porá o incenso sobre o fogo perante YHWH, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o testemunho, para que não morra” Levítico 16:12-13.

ASPERSÃO DE SANGUE SOBRE O ALTAR, SACERDOTES E O POVO

“Moisés também fez chegar os filhos de Arão, e pôs daquele sangue sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito; e Moisés espargiu o restante do sangue sobre o altar em redor”. Levítico 8:24.

“Então sairá ao altar, que está perante o SENHOR, e fará expiação por ele; e tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre as pontas do altar ao redor”. Levítico 16:18

“E daquele sangue espargirá sobre o altar, com o seu dedo, sete vezes, e o purificará das imundícias dos filhos de Israel, e o santificará”. Levítico 16:19

A CARNE DO SACRIFICIO ERA DISTRIBUIDA COMO ALIMENTO

Após o sacrifício dos animais a carne era distribuída no terreiro e os sacerdotes comiam primeiro.

“E de toda a oferta oferecerá uma parte por oferta alçada ao SENHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica.

Mas a carne do sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã.

E, se o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte”. Levítico 7:14-16

AS ÁRVORES SAGRADAS

O povo de Israel teve árvores consideradas sagradas e algumas usadas para exercer julgamento.

“Assim Abrão desarmou o seu acampamento e foi morar perto das árvores sagradas de Manre, na cidade de Hebrom. E ali Abrão construiu um altar para o Deus Eterno”. Gênesis 3:18

“Não plantarás árvores sagradas, de qualquer espécie, ao lado do altar que levantares ao Senhor, teu Deus”. Deuteronômio 16, 21

“Naquela mesma noite, YHWH disse a Gideão: - Toma um touro gordo e um segundo touro de sete anos; derruba o altar de Baal que é de teu pai, e corta a árvore sagrada que está junto dele. Construirás depois um altar bem preparado em honra do Senhor, teu Deus, no cimo desta rocha firme”. Juízes 6: 25-26

“Tomarás, então, o segundo touro e oferecê-lo-ás em holocausto sobre a madeira da árvore sagrada que cortaste”.

PALMEIRA

“E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.

Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo”. Juízes 4:4-5

“E nelas, isto é, nas portas do templo, foram feitos querubins e palmeiras, como estavam feitos nas paredes, e havia uma trave grossa de madeira na frente do vestíbulo por fora”. Ezequiel 41:25

CARVALHO

“E Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus; e tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do YHWH." Josué 24:26

“E entrou Gideão e preparou um cabrito e pães ázimos de um efa de farinha; a carne pós num cesto e o caldo pôs numa panela; e trouxe-lho até debaixo do carvalho, e lho ofereceu”. Juízes 6:19

“Então o anjo De YHWH veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas". Juízes 6:11

“Então se ajuntaram todos os cidadãos de Siquém, e toda a casa de Milo; e foram, e constituíram a Abimeleque rei, junto ao carvalho alto que está perto de Siquém”.Juízes 9:6

“Sacrificam sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram”. Oséias 4:13

OLIVEIRA, FIGUEIRA, VIDEIRA E O ESPINHEIRO

“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.

Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?

Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.

E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano”.Juízes 9:8-15

A FONTE MILAGROSA

“Então Deus fendeu uma cavidade que estava na queixada; e saiu dela água, e bebeu; e recobrou o seu espírito e reanimou-se; por isso chamou aquele lugar: A fonte do que clama, que está em Leí até ao dia de hoje”.Juízes 15:19

A DANÇA COM INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO

"Assim os cantores como os tocadores de instrumentos estarão lá; todas as minhas fontes estão em ti”. Salmos 87:7

“Então Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças”. Êxodo 15:20

“Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa”. Salmos 149:3

“Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados”. Ezequiel 28:13

A ENCRUZILHADA

"Porque o rei de Babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos, para fazer adivinhações; aguçará as suas flechas, consultará os terafins, atentará para o fígado." Ezequiel 21:21

O conhecimento dos trabalhos feitos nos caminhos era notório das civilizações antigas.

CULTO A SERPENTE SAGRADA

O povo hebreu no deserto após ter sido atacado por serpentes venenosas obteve a cura ao encarar a serpente de bronze, perdendo o medo, e este fez com o culto à serpente perdurasse por 700 anos na sociedade dos hebreus, sendo veementemente combatida pelo rei Ezequias:

"Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera, porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã." 2 Reis 18:4

O CONHECIMENTO DOS EGUNS

“Então serás abatida, falarás de debaixo da terra, e a tua fala desde o pó sairá fraca; e será a tua voz debaixo da terra, como a dum necromante, e a tua fala assobiará desde o pó”. Isaías 29:4

“Consulte as gerações passadas e observe a experiência de nossos antepassados. Nós nascemos ontem e não sabemos nada. Nossos dias são como sombra no chão. Os nossos antepassados, no entanto, vão instruí-lo e falar a você com palavras tiradas da experiência deles”. Jó 8,8-10.

"Pergunta às gerações passadas ou primeiras e medita a experiências dos antepassados. Porque somos de ontem, não sabemos nada. Nossos dias são uma sombra sobre a terra." Jó 8:8-9

“Seis dias depois, Yahoshua tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Yahosua: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quiseres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias." Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz." Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham medo." Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Yahoshua. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: "Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”. Mateus17: 1-9.

Esta foi uma pequena apresentação de textos bíblicos que mostram ligações mais aprofundadas sobre os rituais dos antigos hebreus e os rituais das religiões afro-diásporicos. Os africanos na América são a prova mais consistente da presença dos hebreus que vieram da África Ocidental, do Congo-Angola e das regiões de Moçambique.

A guarda do sábado pelos povos africanos foi e é de vital importância, inclusive em um dos odu de Orunmila na Jamaica diz-se que o seu dia de descanso é sábado. Entre os Akans a guarda ao sábado é fundamental, sendo Deus conhecido como o Deus do Sábado.

Israel em diversos momentos da sua história modificou os rituais e incorporou outros deuses a verdadeira adoração de YHWH, não sendo escondidos estes fatos de sua história, a exemplo da adoração a serpente sagrada Neustã, a adoração as árvores sagradas, a deuses familiares e o culto aos antepassados.

As relações do povo hebreu com as forças da natureza são muito profundas, havendo mudanças com o desenvolvimento civilizatório.

No próximo artigo irei trabalhar as formas de adivinhação muito semelhantes as utilizadas atualmente pelos afro-diásporicos, como o opelê e o jogo de búzios, além dos videntes, dos sonhos e diversas formas de comunicação transcendentais utilizadas pelos antigos hebreus.

Shalom!